Sunday, January 1, 2012

Paradigma ... do pito ...

No meio desta sala de espera de consultório psiquiátrico em que se transformou Portugal, somos diariamente bombardeados com comentadores a dizerem-nos que temos que mudar de paradigma …
Sejam os funcionários públicos, os trabalhadores do sector privado, os jovens ainda estudantes, os empresários ou os governantes …
Parece que todos têm que mudar de paradigma …

Antes de mais, e para quem pretenda um pouco de pedagogia de Ano Novo, paradigma é o modo como entendemos o mundo; e a mudança de paradigma não é mais do que a alteração nas regras do jogo …

Os funcionários públicos terão uma mudança de paradigma, porque deixarão de ter “emprego para toda a vida” … e terão que se fazer à vida …
Os trabalhadores do privado estarão mais próximos do desemprego e da necessidade de emigrar …
A juventude terá mais probabilidade de ficar em casa dos pais até aos 40 ou de procurar trabalho noutro país …
Os empresários deixarão de viver à custa do Estado e terão que pensar em outros mercados ...
Os governantes deixarão de vender ilusões e passarão a ser os nossos profetas da austeridade …

É a isto que lhe chamam de “mudança de paradigma”, ou como eu lhe chamo “mudar de vida” …

Quanto ao meu paradigma … essa ainda é mais difícil …
Sendo pragmático (como sempre sou …), o ano de 2012 vai ser dedicado ao paradigma do bolso, isto é, entendermos se o papel que entra (no nosso bolso, entenda-se), é suficiente face ao papel que insiste em sair …

Se do lado dos investimentos (a maioria prefere chamar-lhe despesas), não prevejo grandes cortes, antes haverá redireccionamento de investimentos … ou seja, tudo na mesma … a assobiar para o lado e deixar a banda tocar !

Quanto ao papel que entra, só prevejo mais receitas se finalmente me decidisse abrir um negócio …
O problema é que continuo a achar que o único negócio válido nos dias de hoje tem a ver com comércio e com carne branca …
Mas como não está nos meus planos ser deserdado, deixemos as coisas tal como estão …

A alternativa – sempre no ramo da carne, claro! – seria o negócio da criação de frangos na varanda …

E eis-nos chegados ao paradigma do pito …

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