A escolha entre ser coerente ou seguir as modas ...

Ser coerente é geralmente aceite como uma qualidade para quem a pratica ...
No entanto, o que a realidade nos mostra é que os mais coerentes são os menos populares...

Todas as organizações (empresas, partidos políticos, religiões, clubes desportivos) têm ao longo da sua história que fazer escolhas, a partir dos dos princípios que escolheram na base da sua criação:
- manter a coerência das ideias e defender os mesmos ideais ao longo de toda a vida da organização, não havendo lugar ao mínimo desvio ideológico e de princípios
- adaptar as ideias base às vontades dominantes, aos tempos, às modas ditadas pela sociedade

No primeiro caso, temos o exemplo do Partido Comunista e da Igreja Católica, que utilizam e defendem a mesma cartilha desde sempre, não admitem desvios à base ideológica e varrem os que ousam defender o mínimo de sinal de mudança.

No segundo caso, temos os principais partidos políticos portugueses:
- o PSD que tanto é liberal, como por vezes parecer ter preocupações sociais, mas que no fim de contas, pretende situar-se no centro do espectro político (anda entre o centro-direita e o centro-esquerda, mas sem saber muito bem o que é uma coisa e a outra)
- o PS, que já foi de esquerda, governa à direita e tem no seu interior, representantes de todas as tendências, como se de um saco de gatos se tratasse
- o PP que baloiça entre a quase xenofobia e a defesa do proletariado, dependendo do que está na moda e da direcção do vento.

Mas o mais curioso nisto tudo é que a opinião pública acaba sempre por preferir aqueles que vão variando as suas ideias, de acordo com os tempos ... mudam-se os tempos, mudam-se as vontades ...

É a chamada terceira via: seguem-se as modas do momento e apoia-se quem defende os ventos do regime ...

Não estou aqui a defender nem uma nem outra actuação ...

Apenas acho curioso ... a coerência não dá grandes resultados ...

Razão deve ter quem disse um dia que só os burros é que não mudavam ...